Jogar com a família une mais as pessoas? [Equipe TCG]

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Ah, os video games... Os principais responsáveis pela ascensão da indústria de entretenimento. Ou além: pela metamorfose dela. O poder que os consoles têm não se restringe àquilo que vemos nos personagens dentro de um jogo ou em qualquer outro universo de fantasia. Não é segredo para ninguém que um aparelho sofisticado assim traz hoje diversas parafernálias que permitem um grau de interação sem precedentes entre as pessoas – e vejam só, isso não é de hoje não.

Com a chegada do Wii e o lançamento posterior de acessórios como o Kinect e o PS Move, é comum reunir a família (ou qualquer outra galera) em frente à TV para disputas acirradas naquele churrasquinho na laje. Mas diga lá: você já não tirava aquele International Superstar Soccer com o seu primo no SNES, no começo da década de 1990? Só isso já é uma forma de interação.

Cada ser humano tem costumes diferentes. Portanto, nunca é demais fazer uma breve viagem no tempo para identificar os costumes e hobbies de determinadas épocas e constatar como isso foi evoluindo com o decorrer do tempo. Antes, empinávamos pipas, jogávamos taco e amarelinha. Hoje, dilaceramos hidras e dragões em mundos praticamente infinitos.

Só que, mesmo com a pipa, a amarelinha e o taco, havia ali um jurássico Atari com um insano Pitfall para ser destrinchado. Chame os amigos e alguém da família, pois dificilmente você conseguirá fazer tudo por conta própria. Pronto: você tem uma forma de interação.

Jogos, antes de estarem nos video games, já traziam o conceito de união

Vamos pensar num conceito de “jogo” de forma mais abrangente: segundo o dicionário Houaiss, trata-se de uma “atividade submetida a regras que estabelecem quem vence e quem perde; competição física ou mental sujeita a uma regra, com participantes que disputam entre si por uma premiação ou por simples prazer”. Isso tudo, convenhamos, exige a interação, a coletividade.

Portanto, os jogos, sejam eles de amarelinha, taco, tabuleiro, esportes ou até mesmo a pipa, foram concebidos para a curtição em galera desde sempre. E é inegável que os video games, ainda que hoje contem com extensas campanhas em single player e modos multiplayer que podem ser jogados “cada um na sua casa”, não deixam de se incluir como um forte componente para a união familiar.

A “brincadeira”, que começou lá atrás, antes mesmo da década de 1970, está mais sofisticada do que nunca. Passamos por Pitfall, Alex Kidd, Super Mario World, Mario Kart, Crash Bandicoot, GoldenEye 007, Mario Party... E hoje estamos em Wii (e Wii U, é claro), Kinect e PS Move (com a câmera PS Eye).

Wii e Wii Sports: trazendo o “suor” para os games

Cada jogador tem uma experiência diferente com os games. Ninguém é igual (e é exatamente isso que é legal), mas uma coisa é certa: o efeito “ímã” que as pessoas têm ao constatarem alguém movimentando o Wiimote de forma similar àquela de arremessar uma bola de boliche foi algo universal.

Wii Sports elevou o gênero a outro patamar ao trazer diversas modalidades esportivas de uma forma jamais imaginada. Hoje é comum, mas, naquela época, foi mágico. Diversas “mamães” se viram obrigadas a desembolsar uma bela grana no presentinho (caro no lançamento) do filho – mas elas também tiraram uma casquinha do console e certamente chamaram outros parentes para a brincadeira.

Kinect: jogar sem controle

Antes denominado “Project Natal”, anunciado lá em 2009, o batismo final do principal acessório da Microsoft foi Kinect, hoje tido como referência no mercado ao permitir que a jogatina role solta sem o uso de quaisquer controles, apenas os movimentos e gestos corporais.

Isso trouxe uma batelada de títulos que incentivam a diversão coletiva: Kinect Sports, Dance Central, Kinect Training, Kinectmals e muito mais. O componente “família” foi apenas uma consequência natural do grau de interação.

PS Move: zilhões de eixos direcionais

O PS Move foi a resposta da Sony às tendências que o mercado estava assumindo no final da década de 2010. O acessório, que entrega mais eixos direcionais do que o Wiimote, tem boa aceitação dos usuários, ainda que não tenha conquistado o impacto que a companhia calculava, principalmente por contar com uma biblioteca enxuta de títulos específicos para o controle.

Ainda assim, o PS Move alcançou o respaldo e enxerga um futuro misterioso, principalmente com a nova crista da onda: realidade virtual. O Project Morpheus e o Oculus Rift estão aí para ditar novas tendências (e a Microsoft também deve entrar na brincadeira), mas só o tempo dirá.

Chame o primo, a prima, o namorado, a esposa, a mãe, o filho... Algum motivo existe para se jogar em família. Conheça várias histórias diferentes!

Mas há quem discorde. Eu, por exemplo, sou um jogador “solitário”, e assim prefiro. Adorei os tempos áureos dos corujões em Lan Houses e das jogatinas familiares com Wii em casa, mas, hoje, prefiro me enfiar num RPG e sair depois de muito tempo – para embarcar em outro e começar o processo tudo de novo. Isso não faz, no entanto, com que eu não reconheça o forte componente coletivo que os games têm.

E vai da experiência de cada um. Brigas com a esposa, conciliações com aquele irmão chato, disputas futebolísticas com primos, enfim, histórias não faltam para enriquecer esse universo de entretenimento e fortalecer a união entre as partes do mesmo sangue (ou não necessariamente do mesmo sangue).

É por isso que o BJ coletou relatos não só dos redatores que atuam na equipe, mas também de outros funcionários dos diversos setores da NZN. Confira só a experiência que cada um contou:

Ricardo Fadel - Coordenador de Conteúdo do BJ

Foi principalmente por causa da minha família que fui incentivado a conhecer mais sobre video games. Comecei a jogatina muito cedo e tenho "lapsos" de memória do tempo do Amiga, pois meus irmãos – e até meu pai – jogavam bastante. Eu, por ainda ser muito pequeno, jogava apenas alguns títulos (meu caneco, que saudade de Block Out!) e assistia a outros.

Depois disso, veio o PC e eu continuei brincando e dividindo a plataforma com meus familiares, mesmo que fosse apenas para criar mapas malucos em Lode Runner, por exemplo. Muitos anos mais tarde, cheguei até mesmo a embarcar em partidas épicas de Rise of Nations em LAN com um dos meus irmãos ou amigos "das antigas", o que era muito divertido. Call of Duty e Battlefield, então, nem se fala.

A famosa "jogatina de sofá" começou lá em casa quando ganhei um Nintendo 64 de aniversário. Era simplesmente fenomenal passar horas e horas em tiroteios frenéticos de GoldenEye 007. Mesmo em ótimos games single player, como Super Mario 64 ou Blast Corps, nós nos uníamos para superar os desafios e encontrar soluções juntos, seja entre irmãos, primos ou “amigos-quase-irmãos”. É claro que, com o passar dos anos, nosso tempo juntos se encurtou, e a quantidade de experiências desse tipo reduziu drasticamente.

Resultado: passei – e, quando posso, ainda passo – bons momentos de alegria, tensão e diversão com meus familiares e grandes amigos. Isso me levou a acreditar que a jogatina em grupo apenas fortalece o relacionamento entre as pessoas... E como.

Douglas Vieira – Redator

Ah, jogar em família... Bons tempos. Acredito que essa é uma prática que pode não apenas unir, mas proporcionar momentos de bate-papo para botar a conversa em dia. Quando criança (e até mesmo na adolescência), por exemplo, essa era a melhor forma de saber como alguns de meus primos estavam – afinal, quer prova mais prática de como colocar várias pessoas quietas no mesmo ambiente do que usando um video game e uma televisão?

Claro, se pudermos expandir o conceito “família”, um dos primeiros assuntos puxados com muitos dos meus amigos mais próximos hoje em dia foi video game. E para aqueles que acham que jogos podem gerar briga, pense em algo parecido com uma discussão de criança: se você atacar o seu amigo enquanto o personagem estiver tonto em algum game da série Street Fighter, ele xingará na hora, mas voltará a tratá-lo como antes alguns minutos depois.

Leonardo Rocha – Redator

Quando era mais novo, eu tinha o hábito de aproveitar as férias para ir passar algumas semanas nas casas dos meus primos mais novos, e é óbvio que a maior parte dos nossos dias consistia em ficar fissurados na frente da telinha. Na maioria dos casos, eu e meu primo mais velho ficávamos revezando o controle do PlayStation deles, enquanto o mais novo ficava só assistindo à jogatina – não sem reclamar, é claro, mas nós não ligávamos.

A exceção veio quando fomos ao centro de São Paulo e eu resolvi comprar uma cópia dos três discos de Final Fantasy VII. Como não tinha um PlayStation próprio, só uma semana de férias e os emuladores de PS1 ainda não eram populares na época, a solução que encontrei para conseguir concluir o jogo foi dominar completamente o console deles. E como eu achava que eles demoravam demais para avançar, resolvi nem sequer passar o controle.

Consegui terminar o jogo a tempo, mas a minha proeza culminou não somente no tédio dos meus dois primos em questão, mas também numa revolução por parte do mais novo, que desde então passou a fazer parte permanente do rodízio de controles. Embora essa história toda seja um exemplo de como eu era egoísta quando mais novo, até hoje ainda damos risada nas ocasiões em que nos lembramos da semana em que “eu dominei o video game deles”.

Alvaro Scola Neto – Coordenador de Conteúdo do SuperDownloads

Quando eu tinha cinco anos, ganhei o meu Master Sytem, que dividia com a minha irmã. Na época, nós jogávamos qualquer jogo juntos, independentemente de ser multiplayer. Chegavam os finais de semana, ficávamos eu, minha irmã e minha mãe jogando o dia inteiro e tentando chegar o mais longe possível no Ms. Pac-man.

Quando chegou o Megadrive, nem se fala. Eu e minha irmã alugávamos fitas da locadora no sábado para ter o domingo de graça e devolver só segunda à noite. Depois dessa época, quase nunca mais joguei algo com minha família, exceto quando elas viram o Wii, e aí trouxe um pouco desse espírito de volta. Mas vira e mexe nós ainda ligamos os video games antigos lá para jogar, ainda mais para os games que eram quase impossíveis de serem terminados sem ajuda, tipo os muitos beat’em up da época.

Magno Mesquita – Redator

Sou o tipo de gamer solitário. Geralmente opto por jogos que possuam um bom modo campanha e uma história envolvente em vez de um multiplayer online detalhado e repleto de usuários. Mesmo trabalhando com informática há algum tempo, os MMORPGs e DotAs da vida nunca me atraíram.

Quando era mais novo, costumava jogar com meus primos, sendo que cada um tinha uma plataforma diferente – comecei com um Super Nintendo. Hoje em dia, meio que perdemos o contato, mas sei que alguns deles continuam jogando.

Víctor Teixeira – Redator

Já perdi a conta de quantas vezes eu surrei os meus primos por terem me irritado profundamente durante partidas decisivas que rolavam em Winning Eleven no PlayStation 1.

A verdade é que, por esse motivo, resolvi jogar sem ninguém ao meu lado pelo resto da vida e já nem me lembro da última vez em que comprei um segundo controle para algum dos meus consoles. Não que eu seja um garotinho solitário que veste pijama de flanela e só joga a campanha single player, longe disso.

Atualmente estou jogando bastante Titanfall no Xbox One e adoro jogar contra outras pessoas, mas é melhor não envolver família em partida séria e manter uma distância física dos adversários, afinal, as provocações intermináveis sempre acabam em porrada garantida.

Daniel Soares – Analista Comercial Junior

Em casa, só eu jogo porque minha esposa não sabe jogar, mas às vezes ela fica comigo e me vê jogando. Porém, existem os momentos de amor e ódio quando ligo meu PS3.

Ocorre que, quando eu resolvo jogar PES, ela reclama dizendo que esse jogo é chato, que é sempre a mesma coisa e sai da sala procurando outra coisa para fazer ou diz para a gente assistir a algum seriado. Porém, quando jogo algum game com um cenário bonito ou uma história legal, como God of War ou The Last of Us, ela fica comigo. Mesmo não sabendo jogar, ela gosta de ver.

Acredito que esses momentos de amor e ódio serão mais intensos quando eu comprar meu PS4, nos unindo mais ou nos separando de vez.

Lucas Takashi – Redator

Na minha opinião, acho que os jogos unem as famílias, mas é necessário saber escolher o jogo certo, pois não adianta pegar o FIFA 14 e tentar ensinar para a sua irmã mais nova, sendo que um Mario Party, Rock Band ou até mesmo o Street Fighter seriam opções mais sábias.

Um exemplo clássico aconteceu em casa. Na época do PlayStation 2, eu jogava o Dragon Ball Budokai Tenkaichi 3 na televisão da sala, e minha mãe sempre assistia à jogatina. Certo dia, ela reconheceu um dos personagens (Goku) e pediu para jogar.

O engraçado é que, nas primeiras semanas, era bem fácil vencê-la, mas não deu um mês e ela já mandava alguns combos que nem eu mesmo sabia fazer. O mais legal é que a minha irmã também jogava e, no final das contas, ficávamos nós três jogando Dragon Ball a tarde inteira.

Renato Mesquita – Web Designer

Eu acho que jogatina em família une as pessoas, sim! Principalmente por jogos que apelam para o movimento humano, seja de dança ou esportes – é muito mais fácil trazer curiosidade em volta disso. Os mostruários de Kinect em shoppings que o digam.

Para mim, isso acontece desde cedo, quando jogava no Atari (Dactar, no meu caso). Ficávamos eu e minha irmã dando suporte e apoiando um ao outro enquanto subíamos as escadas para resgatar a princesa do malvado Donkey Kong, haha. O mesmo serve para Enduro, Pac-Man, Decathlon e outros clássicos da época. Tudo muito colaborativo, exceto por disputas de rankings ou quando jogávamos Combat – aí era faca entre os dentes, e a ideia era golear a destruição entre tanques.

Com o tempo e a evolução dos games, passamos para o Master System, SNES... Algumas opções a mais de multiplayer colaborativo e disputas intermináveis em Top Gear, surras dadas e tomadas no Street Fighter, colaborações em Super Mario World e apostas no Vegas Stakes. Depois de tudo isso, minha irmã foi largando o controle.

Aline Furtado – Analista de Atendimento Pós-venda

O que dizer das minhas jogatinas? Hoje não tenho muito tempo para jogar, mas sempre que possível gosto de curtir Forza com o meu namorado. Tenho muitas lembranças com meus primos e irmãos. Quando crianças, jogávamos muito Super Mario World, Top Gear, Donkey Kong, Strike Gunner, Sonic, Mortal Kombat e Mario Kart. Depois, os jogos foram evoluindo e comecei a jogar Need for Speed. Dessa série, os meus favoritos são Hot Pursuit e Underground, sendo que este rendeu muitas disputas para quem conseguia fazer mais pontos nas provas de Drift!

Da série Harry Potter também gostei bastante, joguei no PS1, PS2 e Wii. No Wii, a experiência da varinha ser o controle foi muito legal. Simpsons Hit & Run é um dos meus favoritos da época do PS2, além da série Guitar Hero.

Há pouco tempo, comprei BioShock para o meu irmão, mas ainda não tive a oportunidade de jogar. Quem sabe um dia...

Rodrigo Celebrone – Analista Programador

Eu trabalho praticamente o dia todo, e meu filho Renan fica na escolinha em período integral. Chegar em casa e ter a oportunidade de sentar ao lado dele e competir para ver quem causa mais destruição no GTA 5 não tem preço.

É muito divertido, é o momento do meu dia onde me sinto vivo de verdade, depois de toda loucura da cidade de São Paulo. Jogar com o Renan é a forma que encontramos de ter nosso momento de pai e filho.

Conte-nos a sua história!

E você, tem algum relato emocionante para contar sobre suas desventuras nos games em família? Não deixe de escrever nos comentários!

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