Violência nos games como artifício para chamar atenção? Entenda a discussão

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A violência em jogos é um tema que parece não morrer nunca. Praticamente todos os anos algum acontecimento ao redor do mundo traz à tona esse assunto e acaba gerando bastante polêmica. E quando há alguma discussão, surgem bons argumentos tanto daqueles que defendem os games, quanto daqueles que os acusam de incitar a violência.

Como não poderia deixar de ser em um site de jogos, o BJ já abordou esse assunto diversas vezes (aqui e aqui, por exemplo). E, com a proximidade do lançamento de Mortal Kombat X, que deve acontecer em abril de 2015, o tema parece ganhar ainda mais força. A enxurrada de vídeos mostrando as lutas e “fatalities” do game parece ter sido um dos gatilhos para a discussão: será que a busca por atenção dos jogos através da violência chegou ao limite?

Sid Meier, o pivô da discussão

Quem acabou trazendo essa pauta para a mesa foi o game designer Sid Meier, profissional bastante conhecido por ter trabalhado na franquia Civilization. Ele deu declarações bastante interessantes em uma entrevista que concedeu durante a Firaxicom, uma convecção realizada pela Firaxis Games que aconteceu durante o mês de setembro.

Assim como Shigeru Miyamoto, criador de algumas das maiores franquias do mundo dos games (Mario, Donkey Kong e Zelda, para citar alguns), Meier também não costuma recorrer à violência em seus jogos para PC. Além disso, ele defende a ideia de que a indústria de entretenimento eletrônico não precisa mais utilizar esse artifício para chamar a atenção do público.

O designer também teceu uma crítica sobre o uso da violência em alguns jogos. Segundo ele, durante algum tempo, parece que alguns títulos utilizaram esse artifício apenas para chamar a atenção do público. No entanto, Meier se adianta dizendo que isso não é o que acontece com a maioria dos games lançados atualmente.

“Houve um tempo em que as espinhas eram tiradas dos jogadores e nós não precisamos mais disso”, disse Meier se referindo exatamente ao aguardado título de luta criado por Ed Boon. “Acho que já temos a atenção das pessoas. Agora, nós já podemos fazer bons jogos. E eu acho que já houve muito progresso nesse sentido”.

Censura é o caminho? Segundo Meier, não!

Prevendo as possíveis discussões que suas palavras iam despertar, Meier também se adiantou e deu sua opinião sobre a censura no mundo dos games. “Eu definitivamente não sou a favor de qualquer tipo de censura – nós somos artistas, somos criativos e nós devíamos ser capazes de fazer o que quiséssemos”.

Porém, ele ainda faz uma última reflexão sobre o assunto, provavelmente tentando despertar a atenção das desenvolvedoras de jogos para o assunto: “[Com esse nível de violência], é difícil dizer que os nossos games são realmente imersivos e prendem a atenção das pessoas, permitindo que elas participem sem que isso cause algum impacto ou as afete de alguma forma”.

Um apelo final deu por encerrado esse assunto: “Eu acho que as pessoas sabem a diferença entre fantasia e realidade – os jogadores são indivíduos maduros e inteligentes. No entanto, tudo o que estiver ao nosso alcance para criar um clima positivo, nós devemos fazer”.

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E vocês, caros leitores? Acreditam que a violência foi realmente utilizada como artifício para chamar atenção? E será que essa ferramenta já chegou ao limite e que os desenvolvedores deveriam maneirar no uso dela? Deixe a sua opinião no campo dos comentários!

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