Por um tempo, muito se falou em crise na indústria japonesa de jogos. Basta lembrar que, na virada do milênio, os títulos ocidentais começaram a ganhar mais destaque entre o público de ambos os lados do globo. Não bastasse isso, o desenvolvimento de games passou a apresentar um ritmo mais brando na terra do Sol Nascente, o que deixou algumas pessoas preocupadas.
Revirando um pouco o passado, é possível lembrar que alguns produtores renomados chegaram a falar um pouco sobre esse cenário. Keiji Inafune, criador de Mega Man, foi um deles, dizendo (e até mesmo cutucando) que os desenvolvedores nipônicos haviam perdido a vontade de ser vencedores e se manter no topo.
“Voltemos ao período em que os jogos japoneses eram acostumados a ser vitoriosos e ter sucesso. Celebramos todos os tipos de vitória. Porém, em algum ponto esses vencedores se tornaram perdedores, e não aceitar esse fato levou ao estado no qual os games japoneses se encontram hoje”, explicou Inafune durante a GDC 2012 ao site Eurogamer.
E, realmente, as afirmações do criador de Mega Man (e de outros produtores ligados à indústria) fizeram sentido por um bom tempo, e todas essas críticas certamente serviram como um impulso para colocar os estúdios nipônicos no rumo certo.
Apoio da nova geração
Até a era PlayStation 2 (e, junto com este, GameCube e Xbox), era bem comum ver jogos desenvolvidos por japoneses ganhando as prateleiras de lojas ocidentais, ampliando a procura por games como os da séries Final Fantasy, Kingdom Hearts, Fatal Frame, Metal Gear e muitas outras que possuíam DNA e ideias nipônicas em suas concepções.
Claro, seria errado dizer que isso não aconteceu no PlayStation 3, Xbox 360 e Wii. Porém, a quantidade foi muito menor na comparação com o grupo de consoles que veio antes – e, caso precise de uma prova, tente listar games bons para estas plataformas e veja qual será o resultado (tentei fazer o teste aqui e na minha cabeça sempre vinham os mesmos cinco nomes: Xenoblade Chronicles, Valkyria Chronicles, Dark Souls, No More Heroes e Pandora’s Tower).
Numa comparação simples e direta, poderíamos dizer que a indústria japonesa está brincando de montanha-russa. No momento, ela encontra sua ascensão apoiada nos video games da geração atual (PlayStation 4, Xbox One e Wii U), que oferecem mais recursos e permitem dar vida a um número maior de ideias, algo que poderemos comprovar ao longo dos próximos meses.
Prepare a carteira
E chegamos à parte que causa medo em diversos jogadores: a quantidade de jogos que virão para o ocidente após suas estreias em lojas orientais. E não estamos comentando isso por conta da falta de tempo que você talvez tenha para investir em todos, mas pelo fato de que certamente a sua carteira vai sofrer nesse processo.
Muita coisa boa está por vir graças às mãos e mentes de produtores nipônicos, e a lista de exemplos continua crescendo a cada dia graças a nomes como Resident Evil: Revelations 2, Bloodborne, Silent Hills, Final Fantasy XV e muitos outros.
Confira a seguir alguns dos jogos japoneses que estarão (e alguns que já estão disponíveis) em diversas lojas:
Resident Evil: Revelations 2
- Plataformas: PC, PlayStation 4, Xbox One, Xbox 360 e PlayStation 3
- Lançamento: início de 2015
Continuação da divisão nascida no Nintendo 3DS, Resident Evil: Revelations 2 trará à cena Claire Redfield e Moira Burton, filha de Barry Burton. O título será vendido em episódios, e cada um deles promete imergir ainda mais o jogador em uma história na qual a dupla deve lutar contra zumbis e, de quebra, descobrir o que ou quem as arrastou para o lugar onde estão.
Final Fantasy XV
- Plataformas: PlayStation 4 e Xbox One
- Lançamento: indefinido
Para os fãs de RPG, um dos próximos games a ficar de olho é Final Fantasy XV. O poder dos consoles da nova geração dará à Square Enix a possibilidade de criar uma aventura ainda mais viva, e o jogador terá a oportunidade de desbravar cenários bem variados enquanto viaja ao lado de Noctis e seus amigos.
Xenoblade Chronicles X
- Plataforma: Wii U
- Lançamento: 2015
A Monolith Soft fez um excelente trabalho em Xenoblade Chronicles. Agora, com mais poder e os recursos do Wii U, a produtora promete entregar uma experiência ainda mais completa neste RPG que promete ser um dos títulos mais aguardados pelos donos do console no próximo ano.
Bloodborne
- Plataforma: PlayStation 4
- Lançamento: 6 de fevereiro de 2015
Bloodborne foi desenvolvido pela mesma empresa que trabalhou na série Dark Souls. Porém, diferente de seus irmãos mais velhos, este vem com a proposta de abraçar um público mais amplo, mas sem esquecer de suas raízes. Uma prova disso? Experimente enfrentar um grupo de inimigos e terá a sua sentença de morte decretada.
Silent Hills
- Plataforma: PlayStation 4
- Lançamento: indefinido
Quem acompanha as novidades do cinema sabe que Guillermo del Toro é conhecido entre os cineastas. Hideo Kojima também é respeitado tanto por seus colegas de profissão quanto pelo público. Logo, uni-los em Silent Hills foi uma ideia aparentemente acertada, pois dessa forma o jogo virá com a promessa de entregar uma experiência grandiosa para os jogadores – ao menos é isso que esperamos.
Fatal Frame
- Plataforma: Wii U
- Lançamento: já disponível no Japão (sem previsão para o ocidente)
Mais um jogo para os fãs de games de terror. Exclusivo para o console da Nintendo, ele leva o jogador a acompanhar uma história sombria na qual a protagonista Yuuri deve passar por lugares repletos de fantasmas enquanto tenta cumprir seus objetivos e, de quebra, passa pelas longas sessões de fotografia espectral.
Metal Gear Solid V: The Phantom Pain
- Plataformas: PC, PlayStation 4, PlayStation 3, Xbox One e Xbox 360
- Lançamento: 2015
Game que dá continuidade aos eventos vistos em Metal Gear Solid V: Ground Zeroes. Aqui, o jogador vai participar, pela primeira vez, de uma aventura num mundo aberto na qual o protagonista Big Boss (soldado também conhecido como Naked Snake e que já apareceu em outros títulos da série) deve seguir em uma jornada em busca de vingança e, claro, muita ação furtiva.
Bayonetta 2
- Plataforma: Wii U
- Lançamento: já disponível
Para quem curte jogos de ação, Bayonetta 2 é uma boa pedida. Afinal, a protagonista é dinâmica e versátil o suficiente para encarar qualquer um que se coloque em seu caminho, com direito a vários movimentos especiais para deixar os confrontos ainda mais empolgantes. Além disso, o game também traz uma opção multiplayer cooperativa para aumentar o tempo de vida útil do título.
Mighty No. 9
- Plataformas: PlayStation 4, PlayStation 3, Wii U, PC, Xbox One, Xbox 360, PlayStation Vita e Nintendo 3DS
- Lançamento: 2015
Se a Capcom não trabalha em um novo Mega Man, coube a seu criador, Keiji Inafune, resgatar as ideias vistas no jogo do robozinho azul e aplicá-las em Mighty No. 9. E, pelo visto, o game terá diversos elementos para atrair a atenção daqueles que perderam horas e horas tentando descobrir a sequência certa para derrotar os inimigos e coisas do gênero.
Kingdom Hearts III
- Plataformas: PlayStation 4 e Xbox One
- Lançamento: indefinido
Sora ainda terá muito trabalho pela frente, e sua aventura vai continuar em Kingdom Hearts III. Desenvolvido com o motor Unreal Engine 4, ele promete trazer melhorias à experiência vista nos games anteriores, além de acrescentar mais informações à grande história criada por Tetsuya Nomura.