Empresa de classificação de jogos é acusada de manipular o mercado retrô

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Em 2021, o jornalista Karl Jobst compartilhou um vídeo em seu canal do YouTube supostamente expondo manobras da Wata - especializada em atribuir valores para mídias físicas dependendo de sua qualidade - juntamente com a casa de leilões Heritage Auctions para inflar o valor dos jogos retrô.

E em 10 de maio deste ano, uma ação coletiva passou a ser movida contra a Wata nos Estados Unidos justamente sobre este ponto, incluindo alegações de que os próprios funcionários da empresa estariam vendendo seus jogos antigos a preços absurdos, o que é considerado um conflito de interesses e até mesmo fraude.

Estima-se que mais de 10 mil pessoas estejam ligados ao processo, acusando a companhia de “se envolver em atos para manipular o mercado de videogames retrô, realizar práticas comerciais desleais, envolver-se em propaganda enganosa, fazer declarações falsas sobre os tempos de resposta para serviços de classificação e não divulgar atrasos materiais aos clientes”.

Preços de títulos retrô subiram absurdamente

Após ser fundada em 2018, a Wata se tornou líder no mercado de classificação, e jogos que costumavam serem vendidos em leilões por milhares de dólares, passaram a chegar na casa dos milhões tranquilamente.

Fonte:  Pixabay 

O processo irá investigar se realmente houve uma tentativa de inflação de preços para aumentar os lucros e se o CEO da empresa, Deniz Kahn, conspirou com Jim Halperin, cofundador da Heritage Auctions, através de comunicados de imprensa, entrevistas e outros atos ilegais, para que isso acontecesse.

Tanto a Wata quanto a Heritage cobram uma porcentagem para a classificação e leilão de um item, então, quanto maior o preço de um jogo, mais as duas lucrariam com a situação.

Cartucho de Super Mario Bros. pode servir como prova

Em fevereiro de 2019, uma cópia de Super Mario Bros. avaliada pela companhia foi vendida por um pouco mais de US$ 100 mil, e dentre os três compradores, encontrava-se Halperin e um homem chamado Richard Leece.

Entre as provas enviadas pelos requerentes, destaca-se a aparição Leece no programa Trato Feito do History Channel, que foi até uma loja de penhores esperando vender o cartucho por US$ 1 milhão.

No episódio, o dono da loja decidiu trazer um especialista para avaliar a mídia, e o expert escolhido Deniz Khan.

“Durante o episódio, Lecce e Khan não exibiram qualquer sinal de um tipo de relacionamento um com o outro. Em vez disso, eles pareciam fingir que não se conheciam. Khan então afirmou que se lembrava do jogo vindo da Wata e o descreveu como a ‘peça mais significativa da história dos videogames’ que já passou pela empresa de classificação”, afirmou o documento da ação.

O CEO então avaliou o título em mais de US$ 300 mil, o triplo do valor original da venda, e ainda de acordo com a papelada do processo, nenhum acordo foi feito pela loja para comprar o título, servindo apenas para inflar seu suposto valor na mente do público.

Donos de jogos retrô sentem-se ludibriados

De acordo com os pleiteantes, as medidas realizadas pela Wata levaram muitos proprietários de mídias retrô a enviarem seus títulos lacrados para avaliação da empresa, crendo que obteriam grandes quantias com o interesse crescente pelo mercado, mas desconhecendo a relação mantida pela companhia com a casa de leilão.

Fonte:  Pixabay 

“Sem o conhecimento dos colecionadores, a Wata estava massivamente atolada pela demanda. Ainda assim, a empresa anunciou tempos de retorno falsos e excessivamente otimistas em seu site. Os clientes não foram notificados dos atrasos antes de suas compras. A Wata continuou aceitando pedidos e pagamentos de clientes”, afirmam os documentos.

No momento, a ação ainda está em fase inicial, então será preciso aguardar para descobrir qual será o resultado desta história.

Fontes

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