A Activision Blizzard teria "escondido" a demissão de mais de 3 dezenas de pessoas e sanções disciplinares de mais de 40 funcionários em relação às acusações de abuso sexual que a empresa está sofrendo. A informação foi divulgada ontem (17) pelo The Wall Street Journal (WSJ).
Adquirida nesta terça-feira (18) pela Microsoft por quase US$ 70 bilhões, em uma aquisição que ainda depende de aprovações de órgãos legais, a Activision Blizzard segue também nas manchetes com notícias ruins.
De acordo com o WSJ, as demissões e punições foram abafadas pelo próprio CEO da desenvolvedora/publisher, Bobby Kotick, que não gostaria que os detalhes do caso viessem a público. Apesar das polêmicas, a dona do Xbox garantiu que Kotick permanece no cargo (não se sabe até quando).
Centenas de funcionários da empresa protestaram pedindo medidas efetivas contra o abuso no ano passado.
O relatório obtido pelo WSJ também revela que nos últimos anos foram apresentadas cerca de 700 reclamações internas na Activision Blizzard em relação à má conduta de trabalhadores.
O que diz a empresa?
Em resposta oficial, Helaine Klasky, porta-voz da Activision Blizzard, confirmou que 37 pessoas foram demitidas nos últimos meses e que outras 44 receberam punições internas. Klasky disse que o número de 700 reclamações é “impreciso” e que, na verdade, o saldo geral contém muitas reclamações menores de funcionários e apenas uma pequena quantidade é relacionada a assuntos mais graves.
A porta-voz também disse que Kotick nunca tentou esconder as informações sobre as demissões, já que a intenção da Activision Blizzard é garantir que “dados e análises sejam precisos para compartilhar”.
A Microsoft na história
Com a aquisição milionária da Activision Blizzard pela Microsoft, que foi a maior transação da história da indústria dos video games, algumas dúvidas surgem. Uma delas é como a gigante da tecnologia lidará com esse montante de casos sérios sobre abuso que rondam a sua nova subsidiária.
Em comunicado, o presidente da Microsoft, Satya Nadella, chegou a dizer que tanto Activision Blizzard quanto Bobby Kotick estão comprometidos com uma “mudança cultural real”.
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