A ESRB, entidade que classifica jogos para o mercado norte-americano, anunciou nesta terça-feira (27) a criação de um novo selo que avisa sobre a presença de microtransações e caixas de loot em jogos eletrônicos. A intenção da companhia é educar de forma mais eficiente pais e responsáveis sobre os conteúdos que eles compram para crianças e menores de idade em geral.
Conforme aponta a Polygon, a decisão é um avanço, mas a maneira como ela funciona é um tanto problemática. Isso porque o selo vai ser aplicado também em games que possuem qualquer espécie de conteúdo digital adicional, sejam eles DLCs cosméticos ou expansões de conteúdo mais substanciais.
An update on in-game purchases from your friends at ESRB: pic.twitter.com/pqmfJe0Ywz
— ESRB (@ESRBRatings) 27 de fevereiro de 2018
Em outras palavras, a nova classificação vai colocar “no mesmo saco”games como The Witcher 3: Wild Hunt, Warframe e Star Wars Battlefront II, que lidam com conteúdos adicionais de maneira bastante distintas. A intenção da ESRB é que o selo apareça tanto na caixa de jogos eletrônicos quanto nos sites oficiais mantidos por desenvolvedores e publicadoras.
“Para a maioria dos pais, dinheiro é dinheiro”, afirmou a entidade ao ser questionada sobre a maneira como está tratando jogos com estilos diferentes de monetização. Ela afirma que o selo e os conteúdos de seu site oficial são suficientes para dar aos pais as ferramentas de que eles precisam para estabelecer limites razoáveis e gerenciar a maneira como seus filhos interagem com games.
Embora a decisão possa ser considerada um passo positivo, parece que ela foi feita mais como uma forma de responder a críticas políticas do que com o propósito de discutir práticas abusivas no mundo dos jogos. Criada em 1994, a ESRB é parte da Entertainment Software Association, grupo da indústria que tem entre seus membros nomes como Nintendo, Sony e Microsoft, o que faz com que ela não seja um “agente neutro” na discussão do que deve ser considerado eticamente válido na hora de monetizar jogos.