Pode-se dizer que a criação de um filho ou filha tem sido parte inerente da vida dos seres humanos desde que surgimos. E como tudo na vida, precisamos acumular experiências para aprender a lidar com as situações que surgem ao longo desse processo.
No entanto, hoje o desenvolvimento tecnológico tem crescido a uma velocidade tão impressionante que está chegando a virtualmente todos os aspectos de nosso cotidiano, inclusive na paternidade/maternidade. Isso porque muitos empresários e criadores de tecnologia que estão inseridos no mercado também se tornaram ou se tornarão pais e mães em pouco tempo.
Então por que não aliar o útil ao agradável e criar ferramentas que auxiliem a si mesmos e a outros a cuidarem melhor da saúde e do desenvolvimento de seus filhos?
Esse é o conceito por trás dos dispositivos e apps que você confere abaixo:
WhyCry
O sensor foi desenvolvido pelo engenheiro de som espanhol Pedro Monagas, da Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona. O aparelho, que possui as versões Mini e Plus, analisa os comprimentos de onda dos sons gerados enquanto um bebê chora e consegue diferenciá-los em cinco categorias diferentes:
- Fome
- Cansaço
- Estresse
- Irritação
- Tédio
O sensor então acende uma das luzes indicadoras, informando qual a causa do choro. Isso evita que os pais se foquem em um motivo errado e acabem aborrecendo a criança ainda mais. A inspiração de Monagas foi justamente o seu filho, que chorava constantemente quando era recém-nascido.
Ele gravou os diferentes tipos de choro do garoto e pediu a seus amigos que também tivessem bebês que fizessem o mesmo e enviassem os resultados a ele. O programa desenvolvido por ele a partir dessas informações tem um impressionante índice de precisão de aproximadamente 95% e foi testado com sucesso em hospitais de Barcelona, Cidade do México e Seul.
Sound Sleeper
Exclusivo para aparelhos com iOS, esse app 3-em-1 foi pensado para acompanhar bebês desde os seus primeiros dias de vida até a idade em que começam a engatinhar, auxiliando-os a ter boas noites de sono, o que acaba acontecendo por tabela também com seus pais.
A primeira função, chamada de “Play Mode”, deve ser usado nos primeiros seis meses após o nascimento. Induz a criança a cair no sono utilizando sons relaxantes, como o ritmo do útero, o burburinho de pessoas em um mercado ou mesmo o zumbido de um aspirador de pó.
A partir do sexto mês, pode-se usar o “Listen Mode” quando a criança já estiver dormindo. Caso a criança acorde chorando, o aplicativo capta esse som a partir do microfone no dispositivo e automaticamente começa a executar alguma faixa pré-selecionada pelos pais, para que o bebê durma novamente.
Por fim, o modo “Listening Tracking” serve para registrar os padrões de sono da criança, ilustrando as informações em um gráfico. Usuários podem acrescentar dados que interfiram diretamente no resultado ilustrado, como o crescimento dos dentes ou uma febre, por exemplo.
Pacif-i
Conhecido como pipo ou chupeta, dependendo da região, esse pequeno objeto sempre ajudou os adultos a controlarem o estresse dos bebês, principalmente durante longos períodos em que os pais precisam ficar longe. Mas e se a chupeta servisse para algo mais?
A Pacif-i possui um sensor embutido no bico de silicone, que envia regularmente informações sobre a temperatura do bebê via Bluetooth 4.0 para um app, disponível em dispositivos Android ou iOS. Essas informações são mostradas em forma de gráfico para os pais, que também podem programar alertas para administrar remédios ou enviar os dados diretamente para um profissional de saúde.
Na área do bulbo da chupeta, há um sensor de proximidade, que mostra no aplicativo a posição do objeto e emite um alerta se o bebê se mover para além de uma distância pré-programada, que pode ser de até 20 metros do smartphone ou tablet usado para o monitoramento. E caso a Pacif-i seja perdida, ela também possui uma campainha que toca a partir de um comando do app, facilitando a sua busca.
Mimo
Pensado para substituir as babás eletrônicas, e muito mais preciso, Mimo é um conjunto de macacão e sensores que envia diversos dados sobre a qualidade do sono do bebê diretamente para o smartphone dos pais, através do app para iOS e Android.
Informações como o ritmo da respiração, a posição em que a criança está deitada e a temperatura de sua pele são mostradas em tempo real no aplicativo. E quando o adulto não está observando o app diretamente, ainda receberá notificações de alerta caso o neném comece a respirar de forma irregular, despertar ou rolar com o rosto para baixo, por exemplo.
Disponível em três tamanhos – 0~3meses, 3~6 meses e 6~12 meses –, os macacões podem ir na máquina de lavar e secadora, e são feitos de algodão. O sensor em formato de tartaruga envia os dados por Bluetooth para a base em forma de folha, que serve para recarregar o sensor e retransmitir as informações através de uma conexão Wi-Fi.
mamaRoo
Trata-se de uma cadeira de balanço eletrônica, que possui modos diferentes de movimentação e pode ser ajustada em diversas posições, além de possuir um painel de controle e caixas de som embutidas para tocar música.
Seu objetivo é simular o balanço executado pelos pais enquanto ninam a criança no colo. O aparato se movimenta em cinco ciclos distintos:
- Car ride – “banco do carro”
- Kangaroo – “canguru”
- Tree swing – “balanço de corda”
- Rock a bye – “tchauzinho”
- Wave – “onda”
O painel embutido na base permite tocar alguns sons relaxantes para embalar a criança, como o barulho de chuva, de um ventilador, do oceano ou de um coração batendo. Também é possível conectar um smartphone via cabo ou Bluetooth e executar outras músicas.
Um móbile com almofadas coloridas completa as distrações, e a cadeira pode ser reclinada para a posição em que o bebê fica mais confortável, podendo permanecer desde sentado até completamente deitado. O mamaRoo também possui cinto de segurança, para que a criança não caia caso resolva se levantar enquanto os pais não estão a observando.
Muito mais está por vir
Esses foram só alguns exemplos do que já está disponível no mercado quando se fala em tecnologia e cuidado com bebês, e é bem provável que isso se torne uma tendência cada vez mais comum em pouco tempo. Infelizmente, com exceção do app Sound Sleeper, que está no iTunes, nenhum dos dispositivos mostrados nessa matéria já estão disponíveis no Brasil.
Para finalizar, ressaltamos que nada disso substitui as interações humanas necessárias para o completo desenvolvimento psicológico, social e intelectual das crianças, e nem desbanca o conhecimento que as pessoas têm a respeito da criação de filhos. Na verdade, essas tecnologias devem ser usadas em somatória com o que já existe, e não em substituição a isso.
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