Recentemente, a Veritone, especializada no desenvolvimento de produtos com inteligência artificial, lançou a Marvel.AI, uma ferramenta capaz de efetuar a "clonagem de vozes" — também conhecido como "deepfake de vozes". Segundo a empresa, marcas e companhias podem utilizar o software para criar áudios monetizados dispensando a presença de humanos.
A Veritone detalhou a proposta em um comunicado oficial, emitido na última sexta-feira (14): "com controle total sobre sua voz e seu uso, qualquer influenciador, personalidade ou celebridade pode literalmente estar em vários lugares ao mesmo tempo," comenta. Inicialmente, como explica a empresa, a ferramenta deve ser utilizada para expandir a participação de indivíduos em projetos publicitários e tipos similares de mídia.
A Marvel.AI funciona como um deepfake comum, mas utiliza gravações de áudio e não imagens no processo de Aprendizado de Máquina — um usuário ou empresa pode, por exemplo, "ensinar" como o software deve replicar uma voz específica. Dessa maneira, clientes da Veritone podem solicitar pedidos de clipes personalizados ou escolher uma modelo de voz a partir de uma base de dados.
Nesse contexto, é inevitável afirmar que o avanço desse tipo de tecnologia é impressionante. Mas, por outro lado, seu uso e modelo de negócio levantam dúvidas sobre diversas questões éticas. No caso da Veritone, o detentor dos "direitos sobre a voz" (que, por vezes, pode não ser necessariamente o seu "dono natural") pode solicitar qualquer tipo de áudio personalizado e implicar em situações de uso indevido.
Ryan Steelberg, diretor da Veritone, comentou sobre o assunto em entrevista ao site The Verge: "Quem quer que tenha os direitos autorais dessas vozes, trabalharemos com eles para trazê-las ao mercado," explica, "isso caberá ao detentor dos direitos e ao que eles acharem apropriado," conclui.
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