Uma câmera ultrarrápida com capacidade para capturar 70 trilhões de quadros de imagem por segundo é a mais nova invenção de pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos. A velocidade do dispositivo é o suficiente para capturar ondas de luz em movimento.
Batizada de Compressed Ultrafast Spectral Photography (CUSP, na sigla em inglês, ou Fotografia Espectral Ultrarrápida Compactada, em tradução livre), a câmera mais rápida do mundo utiliza pulsos de laser com duração de apenas um quadrilionésimo de segundo (femtossegundo) cada, combinados com um sensor de luz e lentes especiais.
O sistema óptico do dispositivo divide os pulsos de femtossegundos em outros pulsos de duração ainda menor. E é cada um destes novos pulsos que forma as fotografias registradas pela CUSP, possibilitando a captura de imagens quantitativas sem precedentes da rápida interação não-linear da matéria com a luz, de acordo com os responsáveis pelo projeto.
Como funciona a câmera mais rápida do mundo.Fonte: Caltech/Reprodução
A tecnologia utilizada tem como base um projeto anterior desenvolvido pelo professor da Caltech Lihong Wang, líder da equipe. Em 2014, ele apresentou a versão original do sistema, intitulada CUP, que registrava 100 bilhões de quadros por segundo. Já em 2018, os pesquisadores avançaram para uma câmera com taxa de 10 trilhões de quadros a cada segundo.
Uso em pesquisas
Apesar dos números incríveis apresentados pela CUSP, não é provável que a vejamos na fotografia convencional. O custo e o tamanho do equipamento devem torná-la um acessório exclusivo dos laboratórios, pelo menos por enquanto.
Segundo Wang, a câmera ultrarrápida poderá ser usada em aplicações que ajudem a criar eletrônicos menores e mais sensíveis, trazendo grandes avanços nas pesquisas relacionadas à física fundamental e miniaturização de semicondutores.
“Prevemos aplicações em uma rica variedade de fenômenos extremamente rápidos, como propagação de luz ultracurta, propagação de ondas, fusão nuclear, transporte de fótons em nuvens e tecidos biológicos e decaimento fluorescente de biomoléculas, entre outras coisas”, afirmou o professor.
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