Injeção é sempre algo complicado. Muita gente acha extremamente desagradável tomar vacinas ou receber qualquer medicamento injetável. Para os profissionais da saúde, também não é uma tarefa simples: às vezes é difícil encontrar o lugar certo para aplicar o remédio e isso pode não apenas machucar o paciente, mas também fazer com que o tratamento não tenha o efeito desejado.
Pensando nesses problemas, pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, na cidade de Boston, nos Estados Unidos, desenvolveram uma agulha inteligente capaz de “sentir” os diferentes tipos de tecido do corpo humano para apontar exatamente onde o medicamento deve ser aplicado. O dispositivo vem sendo chamado de i2T2, ou Intelligent-Injector for Tissue-Targeting, algo como injetor inteligente para segmentação por tecido em português.
Em fase final de testes com animais, o próximo passo vai ser a utilização em seres humanos
O produto foi desenvolvido pensando em injeções delicadas que exigem um alto grau de precisão na hora de aplicação, casos em que apenas profissionais altamente treinados e experientes podem aplicar o medicamento. O uso do i2T2 pode facilitar esse tipo de prática, dependendo muito mais do dispositivo e diminuindo muito a incidência de erro humano.
Maior precisão
A agulha inteligente tem um sensor que sente a densidade de cada tipo de tecido que está atravessando. Basta configurar o dispositivo para notificar o aplicador ao chegar no tecido com a densidade desejada. Um dos exemplos onde são necessárias aplicações extremamente precisar de injeções é o espaço supracoroidal na parte de trás dos olhos, onde há um tecido com menos de 1 mm de espessura. Um erro nesse procedimento pode danificar a retina do paciente.
Em fase final de testes com animais, o próximo passo vai ser a utilização em seres humanos. Se tudo der certo, injeções que exigem alto grau de precisão poderão ser aplicadas por profissionais da saúde que não necessariamente tenham experiência ou treinamento nesse procedimento específico, além de diminuir o risco de danos à saúde do paciente.
Fontes