Diversidade é obrigatória no Oscar 2025? Entenda regra de inclusão da Academia
Prestes a revelar sua lista final de filmes selecionados, o Oscar 2025 promete trazer algumas polêmicas em meio a um momento no qual a “guerra cultural” se intensifica. Isso porque, entre os 323 longas que podem nomeados para diferentes categorias, 116 não estão aptos a concorrer ao prêmio de Melhor Filme.
Enquanto em alguns casos isso acontece por questões como o formato dos longas ou por decisão de seus criadores, em outros a elegibilidade é barrada por critérios de inclusividade. Segundo os Padrões De Representatividade e Inclusão da premiação (RAISE, na sigla em inglês), a maneira como obras são feitas se tornou tão importante quanto a mensagem que elas passam.
O motivo para a aplicação dessas diretrizes são as críticas que a premiação recebeu durante os últimos anos por falta de diversidade entre seus vencedores. Em 2015, por exemplo, foi lançado o movimento "Oscar So White", quando apenas atores brancos foram indicados.
Quais são as regras especiais para a categoria de Melhor Filme do Oscar 2025?
Segundo a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, os concorrentes à categoria de Melhor Filme precisam atender a pelo menos dois entre quatro padrões ligados à diversidade. As regras afetam questões como os protagonistas e coadjuvantes de uma obra, os membros de sua equipe de produção e quem está ocupando posições de liderança.
Embora para muitas pessoas esses critérios pareçam ser novidade, na prática eles foram elaborados em 2020, durante o período da pandemia da COVID-19. No entanto, eles só começaram a ser aplicados no ano passado, o que significa que a premiação de 2025 é a segunda na qual elas estão funcionando.
Esses são os quatro padrões principais que a Academia exige dos concorrentes:
- Padrão A: Representatividade na tela, temas e narrativas;
- Padrão B: Liderança criativa e equipe de roteiro;
- Padrão C: Acesso à indústria e oportunidades;
- Padrão D: Desenvolvimento de público.
As regras variam conforme o critério analisado, mas têm como objetivo comum dar voz a comunidades sub-representadas e oportunidades para pessoas que, tradicionalmente, não têm acesso ao mercado cinematográfico. O Padrão A, por exemplo, exige que pelo menos um protagonista ou coadjuvante significativo pertença a um grupo racial ou étnico sub-representado pela indústria.
Além disso, pelo menos 30% do elenco secundário deve ser formado por dois grupos, em uma lista que inclui mulheres, minorias raciais ou étnicas, membros da comunidade LGBT+ e pessoas com deficiências cognitivas ou físicas, surdas ou com deficiência auditiva. Para completar, o enredo principal também deve envolver temáticas relacionadas aos mesmos temas.
Regras querem aumentar acesso à indústria cinematográfica
Enquanto o Padrão B é semelhante ao Padrão A, mas é mais direcionado às equipes técnicas que participam de um filme, os padrões C e D visam aumentar o acesso à indústria cinematográfica. O C, por exemplo, incentiva que minorias e grupos sub-representados sejam mais considerados para oportunidades de estágio e aprendizagem, bem como para programas de treinamento.
Já o D prevê que esses grupos também ganhem mais espaço em campos como marketing, publicidade e distribuição. Segundo a Academia, as regras são somente uma das iniciativas que ela pretende tomar para garantir que o mercado cinematográfico reflita em vários campos a diversidade das audiências globais que suas obras atingem.
É importante ressaltar que as diretrizes descritas acima valem apenas para a categoria principal do Oscar, de Melhor Filme. Ou seja, mesmo que um longa-metragem não cumpra os requisitos, ainda é possível concorrer a outros prêmios no evento.
O Oscar 2025 está marcado para o dia 2 de março, com os indicados à premiação sendo revelados no dia 23 de janeiro. Você está ansioso para acompanhar a premiação este ano? Comente nas redes sociais do Minha Série! Estamos no Threads, Instagram, TikTok e até mesmo no WhatsApp. Venha acompanhar filmes e séries com a gente!
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