A Google e a Apple mantêm por anos um acordo bilionário referente ao mercado de buscas no iOS: a empresa de Mountain View chega pagar mais de US$ 1,5 bilhão por ano para a Maçã para garantir seu buscador como padrão no sistema operacional. Futuramente, porém, esse negócio pode mudar no Reino Unido.
De acordo com informações da Reuters, o principal órgão de regulação do Reino Unido está trabalhando para trazer mais competição no segmento de buscas no sistema operacional da Apple. Após uma longa investigação, a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) constatou que os pagamentos realizados pela Google são prejudiciais para a o crescimento do setor.
Fonte: Reuters/Dado Ruvic
O órgão disse que a parceria entre as empresas cria uma "barreira significativa" na entrada e expansão de concorrentes no setor de buscas. Isso acontece porque o iOS é o segundo maior sistema operacional do mundo e a Apple é uma das empresas que mais vende celulares globalmente.
Segundo a investigação, a grande quantia paga pela Google atrapalha concorrentes como como Bing, Yahoo e DuckDuckGo. O CMA revelou que as outras empresas também fazem pagamentos para a Apple, mas como não abrem o bolso tanto quanto a gigante de Mountain View, acabam aparecendo apenas como opções dentre os mecanismos de busca.
Após a investigação da CMA, os órgãos de regulação do Reino Unido agora trabalharão em propostas para evitar a dominância da Google no sistema da Apple. A Reuters já citou algumas alternativas que estariam em desenvolvimento, como uma tela que permite escolher o buscador padrão ou uma restrição que impede a Apple de monetizar a posição de destaque entre as ferramentas de pesquisa.
Acordo lucrativo
A Google ainda não comentou oficialmente sobre o assunto e a Apple disse que restrições de monetização seriam "muito caras", segundo a nota da CMA. O fim do acordo bilionário entre as empresas pode acarretar em perdas de ganhos para as duas gigantes da tecnologia.
A Apple consegue arrecadar anualmente cerca de US$ 9 bilhões com licenciamentos, com 80% do montante vindo da Google, de acordo com a analita Bernstein. A margem de lucro dos acordos fica acima de 90%, tornando a prática bastante vantajosa para a dona dos iPhones, que sofreu com quedas nas vendas de seus celulares nos últimos anos.
Apesar de o acordo ser um grande investimento para a Google, a quantia oferecida para a Apple pode ser considerada uma esmola em comparação aos ganhos da empresa. O segmento de buscas é o mais lucrativo da Google e gerou uma receita de US$ 160 bilhões para a companhia no ano passado.
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